terça-feira, 31 de maio de 2016

Idosa cristã é arrastada nua pelas ruas por muçulmanos no Egito


Uma mulher cristã de 70 anos foi despida, espancada e exibida publicamente pelas ruas de uma aldeia no sul Egito por um grupo de 300 homens muçulmanos. A multidão também incendiou sete casas pertencentes a famílias cristãs, de acordo com um comunicado da Igreja Ortodoxa Copta local.

O ataque na aldeia de Al Karam foi motivado por boatos na região de que um homem cristão chamado Ashraf Abdu Atiya estaria envolvido em um relacionamento com uma mulher muçulmana. A idosa vítima do linchamento seria mãe de Atiya, de acordo com o jornal britânico ‘Independent’, e o homem precisou abandonar a cidade perante as ameaças, que foram denunciadas por seus pais na quinta-feira, dia 19, em uma delegacia.

Pelo menos três pessoas foram detidas até o momento e a polícia procura outras dez por envolvimento no ataque, que aconteceu na sexta-feira passada (20). Segundo a diocese, a violência começou às oito da noite, no horário local, e a polícia só respondeu ao chamado duas horas depois, quando o grupo já havia dispersado. Os responsáveis pelo atentado estavam armados e saquearam as residências, antes de atear fogo.

Perseguição

Os cristãos coptas são de uma ordem religiosa originária no Egito e representam 10% da população do país, porém, são tratados como cidadãos de segunda classe pela maioria muçulmana. O episódio de violência representa as tensões entre as duas religiões na província ao sul do Cairo, onde casos extraconjugais entre cristãos e muçulmanos são tratados como tabu.

Pela primeira vez, a igreja copta criticou as autoridades do país pela negligência com tais ocorrências. Em uma entrevista na noite de quarta, o membro do clero mais importante da província de Minia – onde a aldeia está localizada -, Anba Makarios, disse que se um homem muçulmano estivesse com uma mulher cristã “nada parecido com isso teria acontecido”.

O governador da província de Minia, Tareq Nasr, disse à agência oficial de notícias egípcia Mena que “o Estado não vai aceitar que ocorram estas violações e serão castigados todos os envolvidos”. Já o primeiro-ministro do país, Sherif Ismail, qualificou o fato como “lamentável” e garantiu que tratará o assunto conforme a lei. Por sua parte, o presidente Abdul Fatah al Sisi, ordenou que se reparem os danos causados, estimados em 350 mil libras egípcias (mais de 140 mil reais), em um prazo de um mês e prometeu que o Estado assumirá as despesas.

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Japão está em alerta por possível lançamento de míssil da Coreia do Norte


O Japão colocou os militares do país em estado de alerta nesta segunda-feira (30) devido ao possível lançamento de um míssil balístico pela Coreia do Norte, ordenando que navios destróieres e baterias antimísseis fiquem de prontidão para abater qualquer projétil direcionado ao Japão.

Uma autoridade do governo japonês confirmou que a ordem foi emitida, mas não quis se identificar por não estar autorizada a falar com a imprensa. A ordem foi noticiada primeiramente pela televisão estatal NHK.

Saiba mais: Japão mobiliza tropas para possível derrubada de míssil norte-coreano

O Japão colocou suas forças antimísseis em alerta pelo menos duas vezes este ano, depois de detectar sinais de lançamentos de Pyongyang.

A Coreia do Norte realizou seu quarto teste nuclear em janeiro, e deu sequência ao evento com uma série de testes de mísseis.

Leia também: Após novas sanções, Kim Jong-un faz ameaça com bomba atômica

No Mar do Japão, Tóquio acionou embarcações Aegis que são capazes de rastrear alvos múltiplos e estão armadas com mísseis SM-3, concebidos para destruir ogivas no espaço antes de elas reentrarem na atmosfera e mergulharem na direção de seus alvos.

As baterias de mísseis Patriot PAC-3, que visam ogivas próximas do solo, estão instaladas ao redor de Tóquio e de outras localidades como uma segunda e última linha de defesa.

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Ação inédita: entidade judaica acolhe refugiados sírios muçulmanos em SP


Em iniciativa inédita, a família do sírio muçulmano Talal al-Tinawi e outros refugiados foram recebidos pela comunidade judaica na sinagoga Beth El, na semana passada, em São Paulo, dentro de ação da ONG Migraflix, que tem por objetivo a inclusão social e econômica dos refugiados e a integração entre diversas culturas.

Dentro dos depoimentos que a família deu para a comunidade, a esposa de al-Tinawi, Gazhal, disse que o acolhimento no Brasil a surpreendeu. Ela viveu momentos traumáticos ao ter de deixar parte da família, inclusive o pai, de 80 anos, na Síria. Mesmo estabelecida, a distância faz a saudade não parar de latejar. Segundo ela, seus trajes típicos muçulmanos ainda causam certa estranheza no País. Mas ela demonstra estar conseguindo superar qualquer tipo de desconfiança.

“O hijab (véu islâmico) é um item religioso. Não somos terroristas. Somos defensores da integração entre os povos. Meu hijab é um símbolo da paz. No começo eu tinha receio em viver no Brasil. Pensava até que as mulheres iriam ficar olhando para o meu marido. Hoje, já tenho mais amigas aqui do que tinha na Síria”, diz Gazhal.

No fim de 2013, a família de al-Tinawi, um bem-sucedido engenheiro mecânico muçulmano, de origem síria, foi abalada por um verdadeiro furacão. De uma vida próspera na bela Damasco, se viu diante do barulho ensurdecedor de bombas que cada vez chegaram mais perto de seus apartamentos na capital síria. Hoje, seus integrantes poderiam estar entre as milhares de vítimas da guerra.

Al-Tinawi chegou até a ser preso, confundido com um inimigo do ditador Bashar al-Assad. Meses depois, porém, a família conseguiu chegar ao Brasil, o único país que aceitou recebê-los após muita insistência, e iniciar uma nova vida.

Auxílio e integração

Além dos depoimentos do casal, o evento contou com uma apresentação da banda Mazeej, composta por cristãos, judeus e muçulmanos, no projeto coordenado pela ONG, em parceria com o grupo de jovens Conecta. A reunião possibilitou até auxílio em relação à formalização de documentos de alguns refugiados, por meio de orientação de advogado presente na plateia.

Um dos componentes da banda é o sírio de origem palestina Salam al-Sayed, que viveu muito tempo na cidade de Rosh Pina, perto de Safed, no norte de Israel. Ele toca alaúde. “Cresci brincando com meninos judeus. Sempre tive um bom relacionamento. Acho que as questões políticas são outra situação, complexa, mas que têm solução”.

Outro integrante do grupo musical, também sírio, é Wessam al-Kourdi, violonista e professor de inglês. Ele deixou a Síria, com sua mulher e filho, após um intenso tiroteio ao lado de sua casa, e se tornou refugiado no Brasil. “Vi que era o momento de sair, senão poderíamos morrer. Estou pessimista em relação a uma solução para o conflito lá. Nem sei se conseguirei voltar ao meu país. Acho importante sermos acolhidos e fico contente com a receptividade da comunidade judaica. É um exemplo para o mundo e uma demonstração clara de que nossas religiões têm um forte parentesco e podemos conviver muito bem”.

O diretor-musical do grupo, Daniel Szafran, disse que a iniciativa não tem relação direta com a identidade do Estado de Israel. “Neste trabalho, amo Israel como judeu, amo a terra de Israel, mas a iniciativa é independente da política. Dentro do território musical o conflito não existe e a ação serve para somar ideias e criatividade em prol da paz”.

Para um público que lotou a sinagoga, al-Tinawi contou que, após três meses morando na casa de um sírio no Brasil, conseguiu se estabelecer. Trabalhou como engenheiro durante alguns meses, mas, segundo ele, o projeto da empresa não deu certo. Foi demitido e resolveu abrir um restaurante de culinária árabe. Conseguiu mudar de sede, indo para o bairro nobre do Brooklin, graças a um crowdfunding (arrecadação de fundos pela internet) no qual arrecadou cerca de R$ 70 mil. Bom negociante, sabe fazer propaganda de seu produto.

Seu filho, Riad, de 13 anos, tem na professora Cristina Catalina Charnis, de origem judaica, uma de suas principais referências. Ele ganhou bolsa de uma escola particular até o fim do Ensino Médio. Al-Tinawi considerou “ruim” a escola pública em que os filhos (ele ainda tem uma menina, Yara, de 10 anos e um bebê de 1 ano e três meses) estudaram antes.

Com estilo extrovertido, al-Tinawi já conhece alguns segredos para se obter sucesso no Brasil. E dá a receita com um sotaque ainda arrastado, de como o país em crise econômica pode voltar a ser uma terra de oportunidades: “O primeiro passo é trabalhar muito e dormir pouco. Há muitas oportunidades mas tem de ficar de olho. O segundo passo é se adaptar à demanda. São Paulo tem muitas culturas. Cada um quer a comida de um jeito, é diferente de Damasco. E o terceiro passo é saber lidar com a burocracia”.

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quarta-feira, 4 de maio de 2016

Israel bombardeia posições palestinas no sul da Faixa de Gaza


As forças israelenses abriram fogo nesta quarta-feira (4) contra posições palestinas no sul da Faixa de Gaza. A ação, segundo Israel, seria uma resposta a um disparo de morteiro lançado a partir do território palestino.

“As forças receberam um disparo de morteiro durante atividades operacionais perto da barreira de segurança, no sul da Faixa de Gaza”, afirma o exército israelense em um comunicado.

Em nota, Israel afirma que um tanque do exército israelense respondeu e abriu fogo contra as posições de onde partiu a ameaça”. O comunicado também diz que ação  não deixou vítimas.

Os dois projéteis israelenses foram disparados contra uma base na Faixa de Gaza vinculada ao ministério do Interior, segundo fontes palestinas. Os disparos provocaram danos, mas não vítimas, segundo as mesmas fontes.

Sobreviventes do Holocausto celebram Bar Mitzvah em Israel


Sobreviventes do Holocausto que não puderam realizar a cerimônia judaica de passagem para a idade adulta por estarem em campos de concentração finalmente realizaram o seu Bar Mitzvah nesta segunda-feira (2) durante uma emocionante cerimônia no Muro das Lamentações, em Jerusalém.

Em uma cerimônia conjunta no Muro das Lamentações, os sobreviventes, já septuagenários e octogenários, realizaram o rito de passagem para a idade adulta, geralmente realizado entre 12 e 13 anos.

Durante a guerra, os homenageados, 13 homens e 37 mulheres, foram deportados, muitos perderam seus pais e depois da guerra viveram na pobreza.

A cerimônia organizada pelo governo israelense foi realizada no local sagrado para os judeus, nos local do antigo Templo, em que homens e mulheres permanecem separados.

Na área masculina, os homens leram as escrituras da Torá, carregando em suas cabeças o ‘tefilin’ de couro contendo as escrituras.

Também se dirigiram a um memorial onde foi realizado um rito fúnebre para os judeus mortos na Europa durante o Holocausto, na véspera do dia em que Israel presta homenagem às vítimas.

“A parte do memorial me comoveu, especialmente porque eu pensei em minha família e em minha mãe. Comecei, literalmente, a lamentar”, relatou Gal Moshe, que veio para Israel vindo da Polônia, depois da Segunda Guerra Mundial.

Moshe, de 80 anos, lembrou que depois de chegar a Israel a situação econômica era tão difícil que nem mesmo cogitou fazer o Bar Mitzvah.

“Quando eu soube que eu poderia fazer o Bar Mitzvah fiquei muito feliz, então pedi aos meus dois netos para que viessem comigo. Eu estive em seu Bar Mitzvah e agora eles estão no meu”, disse o sobrevivente, que se recusou a falar sobre sua experiência no campo de concentração.

Rito de transição

Para os judeus, este é o rito de passagem para a idade adulta, quando adquirem novas funções e responsabilidades.

Robert Rozett, diretor dos arquivos do Centro de Memória do Holocausto Yad Vashem, explicou que muitos judeus deixaram de observar a religião durante a guerra.

“Para muitas pessoas isso era algo que não podiam pagar ou praticar, ou porque estavam em um lugar onde não havia nenhuma observância ou era proibido, ou porque eles estavam em um campo” de concentração, disse ele.

Depois, também não puderam fazer a passagem por causa da pobreza ou porque viviam em lugares como a União Soviética, onde a religião era mal vista.

Yitzhak Rezink sobreviveu ao gueto de Kovno, na Lituânia, mas seus pais foram mortos.

“Quando os russos assumiram o controle no final da guerra não pudemos deixar o país até 1970″, disse ele.

De acordo com um estudo publicado em 2015, cerca de 45.000 sobreviventes do Holocausto que vivem em Israel sofrem com a pobreza, uma situação que também é reproduzida nos Estados Unidos e em outros países.

Estima-se que seis milhões de judeus morreram em campos de concentração nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.

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Fonte: Verdade Gospel

sábado, 9 de abril de 2016

Instabilidade do país aumenta a perseguição religiosa


De acordo com informações da BBC News e do The Guardian, no dia 15 de fevereiro, o Conselho Presidencial Internacional da Líbia, propôs um novo gabinete para reunir as lideranças rivais que estão atualmente competindo pela supremacia no país. O conselho enviou uma lista com os nomes de vários ministros para o parlamento líbio, que é reconhecido internacionalmente e que se baseia através das ideias orientais da Líbia. O plano é apoiado pela ONU e pela comunidade internacional. Também foi relatado, nas últimas duas semanas, que Estado Islâmico (EI) tem aumentado sua presença na Líbia. A BBC News noticiou que os comandantes do EI estão em busca de refúgio e que o número de combatentes no país está crescendo desde então. "Desde o fim do regime de Gaddafi, a região do Magrebe tem vivido um verdadeiro caos. Os acordos que o governo tem feito não garante a lealdade das facções rivais, por outro lado, a ausência de um governo unificado e forte criou um vácuo nessa nação, que é preenchido pela insegurança dos cidadãos", comenta um dos analistas de perseguição. Ele também explica que é muito provável que a Líbia, que é o 10º país da Classificação da Perseguição Religiosa, tome a frente na guerra contra o EI. "A luta contra esse grupo extremista não será fácil e ela representa um enorme risco para a estabilidade do país e também para a segurança de todas as nações que estão envolvidas. Para os cristãos então, que estão sendo atacados com brutalidade, a situação vai ficar mais tensa, e para aqueles que conseguem fugir, a extrema pobreza é uma das piores consequências que estão vivendo", diz o analista. Mesmo assim, debaixo de tantos problemas, perseguição e conflitos, os cristãos líbios perseveram e glorificam a Deus através de sua luta espiritual, para que Jesus seja conhecido entre eles. Ore por essa nação.

Ator principal do filme "A Paixão de Cristo" afirma que interpretar Jesus acabou com sua carreira


Jim Caviezel interpretou um papel de destaque no cinema ao ser o protagonista do polêmico “A paixão de Cristo”, de Mel Gibson, em 2004. Desde então, o ator não emplacou em nenhuma outra produção de sucesso. Ele diz que tem sido evitado por Hollywood desde que aceitou ser Jesus Cristo. “Tenho sido rejeitado pela minha própria indústria desde que aceitei fazer Jesus Cristo. Mas temos que abdicar do nosso nome e nossa reputação para falar a verdade”, disse o ator durante uma palestra na Primeira Igreja Batista de Orlando, na Florida, segundo o “The Guardian”. Está gostando desse conteúdo? Cadastre seu email no campo abaixo para ser o primeiro a receber novas atualizações do site. A produção de Mel Gibson foi tão bem-sucedida, que arrecadou mais de US$ 600 milhões no mundo inteiro. Mas, ainda assim, o religioso Cavieziel condena algumas atitudes de Mel Gibson: “Ele é um pecador terrível. Mas não merece nosso julgamento, somente nossas preces”. Antes de ser Jesus, Caviezel era um nome constante no cinema. Foi protagonista de “O Conde de Monte Cristo”, de 2002, e da comédia romântica “Olhar de Anjo”, com Jennifer Lopez, em 2001. Porém, a volta por cima pode estar próxima: J. J. Abrams, autor de séries como “Lost” e “Alias”, escalou o ator para seu novo projeto, “Person of Interest”. O drama já foi comprado pela CBS e conta com os renomados Michael Emerson e Taraji P. Henson no elenco.

quarta-feira, 2 de março de 2016

Perseguição: jovens não podem ser evangelizados no Tajiquistão



A Organização Norueguesa de Direitos Humanos, O Fórum 18, divulgou o levantamento da liberdade religiosa feito no Tajiquistão, país localizado na Ásia Central. O parágrafo introdutório da pesquisa resume uma longa lista de questões que indicam a triste situação dos cristãos e outras minorias religiosas no país. O governo não permite atividades religiosas, nem que pessoas menores de 18 anos participem de reuniões evangelísticas.

“O Fórum 18 apenas confirma o que já estamos sentindo na pele. As coisas realmente estão piorando muito para os cristãos e a maior perseguição vem por parte do próprio governo que se torna a cada dia mais ditatorial em suas manobras para permanecer no poder. Eles enxergam quase tudo como forma de ameaça direta à sua existência”, comenta um dos analistas de perseguição.

O Tajiquistão ocupa o 31º lugar na Classificação da Perseguição Religiosa em 2016, subindo muito em relação ao ano passado, quando ocupava a 45ª posição. As restrições aumentaram, principalmente para os cristãos. A liberdade dos meios de comunicação está comprometida e a repressão não vem de fora, mas de dentro do próprio país. Mudar de religião é considerado uma vergonha para a família. A maioria dos cidadãos é formada por jovens e metade da população tem menos de 18 anos de idade.

“Ore para que a juventude do Tajiquistão seja tocada pelo amor de Cristo e que haja muitas conversões para a glória de Deus”, pede o analista.

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Um jihadista no Brasil: xeique saudita prega no país

 Logo logo, teremos homem bombas explodindo, e crístões sendo degolados.
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 Um xeique saudita, proibido de entrar em 30 países da Europa e acusado de aliciar jovens para o Estado Islâmico, pregou no Brasil em janeiro deste ano


O Estado Islâmico já atraiu mais de 30.000 jovens de 100 países para engrossar as fileiras de seu exército terrorista, desde 2014. O chamado para que muçulmanos que vivem no Ocidente lutem na guerra que espalha destruição e morte no Iraque e na Síria ou participem de atentados em seu próprio país geralmente começa com a pregação, pela internet ou em mesquitas, de líderes religiosos radicais, que apresentam a morte em nome da religião como algo altamente recomendável para quem quer provar o comprometimento com o Islã. Assim foram recrutados os jovens que perpetraram os ataques de janeiro e novembro do ano passado em Paris. A mesma estratégia de aliciamento religioso levou um casal de muçulmanos que vivia na cidade americana de São Bernardino a matar catorze pessoas em nome da jihad, a guerra santa. O Brasil não está imune à atuação dos pregadores radicais. Segundo matéria exclusiva da revista ‘Veja’ desta semana, no mês passado, entre 18 e 28 de janeiro, o xeique saudita Muhammad al-Arifi pregou a jovens e crianças muçulmanos em São Paulo, no Paraná e em Santa Catarina. Considerado um dos muçulmanos mais influentes do mundo, Al-Arifi é tratado na Europa como uma ameaça proporcional ao seu sucesso.

O clérigo de 45 anos entrou no radar dos serviços de inteligência europeus com a deflagração da guerra civil na Síria, em 2011. Ele passou a usar a internet para defender a reação violenta dos sunitas contra o regime de Bashar Assad, pertencente à minoria alauita, alinhada com o ramo xiita do islamismo. “É garantida a permissão para lutar àqueles que estão sendo perseguidos. Vocês estão no front, mas nós iremos se­gui-los e lutaremos com vocês”, disse o clérigo em uma de suas manifestações. Al-Arifi possui o maior número de seguidores nas redes sociais do Oriente Médio e suas declarações têm a força de um canhão. Ele contabiliza 14,3 milhões de fãs no Twitter e 21 milhões no Facebook. Em 2013, disse em uma conferência de apoio às forças anti-Assad que “os xiitas são infiéis que devem ser mortos”. Presente à conferência estava o então presidente egípcio Mohamed Morsi, integrante do grupo fundamentalista Irmandade Muçulmana, que foi deposto em um golpe militar no mês seguinte.

Em 2012, durante uma das frequentes visitas que fez ao Reino Unido, Al-Arifi pregou aos muçulmanos da mesquita Al Manar Centre, em Cardiff, capital do País de Gales. O discurso incandescente do saudita foi acompanhado por agentes de segurança britânicos, que detectaram o risco potencial do clérigo. Sua retórica exaltava a nobreza dos muçulmanos que ofereciam a vida em combates em nome do Islã. Dois anos depois, o jovem Reyaad Khan e os irmãos Nasser e Aseel Muthana, que estavam na plateia de Al-Arifi, apareceram em um dos vídeos de propaganda do Estado Islâmico. Khan, de 21 anos, morreu em julho do ano passado em um ataque com drone realizado pela Inglaterra. A constatação de que suas mensagens em favor da jihad podem ter levado os ingleses a se alistar nas fileiras do EI fez com que o governo inglês proibisse, em 2012, a entrada de Al-Arifi no Reino Unido, alegando que ele “representava uma ameaça à segurança”.

Membro da vertente sunita do islamismo, Al-Arifi é um expoente do wahabismo, que surgiu na Arábia Saudita no século XVIII e promove a leitura estrita e literal do Corão. O wahabismo é a matriz ideológica de organizações terroristas como a Al Qaeda, o Boko Haram, da Nigéria, e o Estado Islâmico. Muçulmanos mais moderados, como o xeique Zane Abdo, do Centro Islâmico de South Wales, em Cardiff, vetaram a presença de Al-Arifi na mesquita. Até no Marrocos, um país de maioria muçulmana, Al-Arifi foi hostilizado e cancelou a visita. Em 2012, organizações de direitos humanos da Suíça denunciaram a visita iminente de Al-Arifi ao país. O governo suíço se convenceu de que as pregações de Al-Arifi feriam a lei por fazer apologia da violação dos direitos das mulheres, da homofobia e do antissemitismo. Por causa desse parecer, as autoridades emitiram uma ordem proibindo sua entrada no país, decisão que alcançou os outros 25 países signatários do Acordo Schengen, de livre trânsito entre as fronteiras.

Em São Paulo, Al-Arifi visitou a Liga Juventude Islâmica Mesquita do Pari, localizada na região central da capital. Ele participou das orações e fez palestras para os fiéis. Seu anfitrião, o xeique brasileiro Rodrigo Rodrigues, reagiu com indignação às acusações que pesam contra Al-Arifi. Procurado por ‘Veja’, Rodrigues negou que o colega tenha um discurso radical e sugeriu que o saudita é vítima de uma campanha difamatória e de perseguição de países como a Inglaterra. Segundo um frequentador do templo, em nenhuma das palestras públicas Al-Arifi deu mostras de radicalismo. Mas nos encontros pessoais, nos quais era apresentado ou falava rapidamente com alguns brasileiros convertidos, ele fazia uma abordagem mais contundente. Al-Arifi dizia: “Você é um bom muçulmano?”. Ao ouvir um “sim”, ele completava: “Então, diga-me qual é a sua jihad”. Depois de ouvir as explicações sobre o esforço que cada um dizia fazer, ele parabenizava, mas fazia uma ressalva enigmática: “Nunca se esqueça daqueles irmãos que literalmente dão a vida pela religião”.

Al-Arifi visitou também a favela Cultura Física, na cidade de Embu das Artes, na região metropolitana de São Paulo. O saudita foi apresentado ao rapper César Rosalino, que, depois de transitar pelo budismo, pela umbanda e pelo pentecostalismo, converteu-se ao Islã e adotou o nome de Abdul al Qadir. Al-Arifi foi conhecer uma casa de oração na qual se reúnem moradores que abraçaram o discurso de transformação social que o rapper associou à religião. Vivendo da venda de roupas estampadas artesanalmente com os símbolos de organizações terroristas como Hammas e Jihad Islâmica, Al Qadir proporcionou ao saudita um dos pontos altos da visita ao Brasil. De acordo com um participante do encontro, Al-Arifi ficou bastante interessado em patrocinar a expansão de mussalas – as casas de oração que não possuem a liderança de um xeique – como forma de difusão do islamismo no Brasil.

Como a versão do Islã almejada por Al-Arifi é de uma religião de intolerância e violência, o interesse dele pelo Brasil não deve ser ignorado pelas autoridades. Segundo um policial federal que atua no monitoramento de extremistas, não é por acaso que o saudita visitou áreas socialmente vulneráveis e conflagradas, como as favelas. Os estudos mais recentes com convertidos no Ocidente mostram que a combinação de fatores como a busca por reconhecimento social e a revolta natural da juventude está na origem do processo de radicalização islâmica. Na Europa, muitos dos que acabaram se juntando ao Estado Islâmico tinham problemas com drogas ou participavam de pequenos delitos antes de canalizar suas frustrações pessoais para a violência religiosa.

Cerca de 130 sudanesas cometem suicídio em um dia diante da ameaça de estupro.

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