quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Refugiados celebram primeiro Natal em casa


O Natal volta a ser celebrado em Qaraqosh, maior cidade cristã do Iraque, com tudo o que tem direito
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Cerca de 20 mil refugiados já voltaram para a cidade de Qaraqosh, no Iraque. Qaraqosh era a cidade iraquiana com a maior população de cristãos antes da guerra com o Estado Islâmico, iniciada em 2014. Agora eles se preparam para o primeiro Natal desde que retornaram. Parada em frente a uma loja de decoração natalina, a jovem Merna diz: “Nós esperamos três anos por isso. Poder ir à igreja e ver que há pessoas comemorando o Natal é muito bom”.

Merna explica como é a época de Natal para os cristãos iraquianos. Ela diz que a primeira coisa que fazem é uma faxina geral na casa – mais profunda do a que fazem no dia a dia. “Só depois da limpeza é que colocamos a árvore de natal e as decorações na parede. Nessa época, as igrejas estão ocupadas preparando as celebrações para a noite e para o dia de Natal”, diz uma outra cristã.

“Todas as casas de cristãos são decoradas para o Natal”, diz o diretor de uma organização parceira da Portas Abertas no Iraque. “Mesmo durante o deslocamento, eles colocavam decoração em seus trailers”, acrescenta. Ele nos conta também sobre a comida servida na ceia. O prato natalino mais tradicional se chama pacha. É feito de cabeça, pernas, língua e outros pedaços de vaca ou cordeiro, que são cozidos e, junto com arroz, colocados como recheio dentro de um estômago (propriamente higienizado) de animal. Cerca de 80% das famílias cristãs comem o pacha no dia 25, após o culto de Natal.

Todos se vestem com roupas novas compradas especialmente para a ocasião. Além de árvore de Natal e comida típica, música também não poderia faltar. Os cristãos iraquianos cantam “Jingle bells” e “Noite feliz”, mas também as canções originais na própria língua, não apenas as traduzidas do inglês. No Iraque, os dias 25 e 26 de dezembro são considerados feriados para os cristãos. O governo do Curdistão anunciou que dia 25 será feriado para todos os cidadãos, mas Bagdá ainda não se pronunciou.

Pedidos de oração

Continue orando para que todos os refugiados possam voltar para a casa e construir seu futuro. Que a esperança de cada um deles seja renovada.
Ore pelos cristãos do Curdistão, região sujeita a conflitos entre os governos curdo e iraquiano.
Interceda para que a igreja em todo o Iraque seja fortalecida, mesmo diante dos desafios. Que a alegria das celebrações de Natal sirva para renovar suas forças e visão.
Peça que nesta data os cristãos brasileiros também se atentem para o verdadeiro significado do Natal e celebrem o nascimento do nosso Salvador.

Cristãos refugiados recebem ajuda emergencial


Fugindo da violência do Boko Haram, refugiados enfrentam dificuldades, mas são ajudados e se mantêm firmes
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O grupo extremista islâmico Boko Haram não foi contido nas fronteiras do país onde nasceu, a Nigéria, e tem afetado a vida dos habitantes dos países vizinhos, como Níger, Chade, e a parte norte de Camarões. Os ataques do Boko Haram já mataram mais de 2 mil pessoas e deslocaram pelo menos 155 mil no norte de Camarões desde 2014.

Ainda que muitas organizações não governamentais nessas áreas auxiliem os refugiados, líderes de igrejas explicam que cristãos são frequentemente tratados de forma injusta. Por isso a Portas Abertas enviou ajuda emergencial a cerca de 300 famílias cristãs na cidade de Mora, que recebeu muitos refugiados. Cada família ganhou uma cesta básica com arroz, farinha de milho, sal, óleo vegetal, peixe defumado e também sabonete. Alguns refugiados receberam Bíblias em francês ou na língua local.

Seis pastores receberam apoio financeiro para suprir suas várias necessidades. Entre eles, o pastor Mattieu, que conta: “Eu fugi de Amchide porque não tinha escolha. Havia ataques em todos os lugares”. Em 2014, antes de o pastor Mattieu sair de Amchide com muitos outros, o Boko Haram destruiu muitas casas e incendiado sua igreja. “Eles vieram de manhã e atearam fogo na igreja. Tudo foi engolido pelas chamas, instrumentos, bancos... Nós perdemos tudo”, relembra o pastor.

Mesmo vivendo em Mora com sua família, ele viaja aproximadamente 30 quilômetros até Amchide todo domingo para pregar e ensinar um pequeno grupo de cristãos que resistiram ao ataque do Boko Haram ou que já retornaram à cidade. Ele leva cerca de uma hora de moto para percorrer as estradas de terra até Amchide. O pastor agradece:  “Muito obrigado àqueles que contribuíram financeiramente e nos ajudaram com orações. Que Deus os abençoe”.

Os refugiados em Mora expressam sua gratidão
Os testemunhos destes cristãos perseguidos são muitos. Cada um carrega sua história de perdas e dor. Mas também expressam sua gratidão pela fidelidade de Deus através dos irmãos que vieram em sua ajuda. O marido de Martha morreu durante um dos ataques do grupo terrorista em 2015. Ela recebeu dinheiro para que pudesse continuar com seu pequeno negócio e ajudar suas necessidades diárias. “Muito obrigada por sua ajuda”, agradece a cristã.


Hawa caminhou quilômetros com sua família para fugir de um ataque do Boko Haram. Durante a fuga, ela acabou machucando o quadril, mas não tinha dinheiro para pagar os tratamentos médicos. Com a ajuda da Portas Abertas ela conseguiu o atendimento necessário. Além de comida, ela também recebeu uma máquina de costura para ajudá-la na renda mensal. O marido de Hawa agradece, dizendo: “Nós estamos em Mora há dois anos e não é fácil, é preciso trabalhar duro para conseguir algo até para comer. Mas vocês trouxeram as doações e eu realmente agradeço muito. Deus os abençoe”.

Suzanne fugiu para Mora em 2014 com o marido e dois filhos. Mas depois ele a abandonou para casar com uma muçulmana. Agora ela tem que cuidar sozinha dos dois filhos. “Eu agradeço a igreja, pois eles me ajudaram muito com as orações. Meu marido me abandonou. Ele se tornou um muçulmano por causa de uma mulher, mas pela vontade de Deus eu estou aqui com meus filhos na igreja. Eu agradeço a Deus e a vocês por tudo que nos têm dado”.

Pedidos de oração

Agradeça a Deus pelos recursos para ajudar a suprir as necessidades básicas destes cristãos perseguidos.
Ore pelo fim dos ataques e para que a paz e a estabilidade sejam restabelecidas no norte do Camarões.
Clame para que os pastores que ministram na região tenham muita graça e sabedoria.

Perseguição é discreta e sistemática


Segundo relatório, governo é culpado de incitar a perseguição aos cristãos
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O Relatório da Organização Norte-americana de Direitos Humanos Enough Project, que atua na África, diz que os Estados Unidos devem considerar a perseguição a cristãos no Sudão antes de retirar as sanções que ainda restam contra o país. O relatório, publicado este mês, diz que o Sudão é culpado de“discretos e sistemáticos atos de perseguição”.

O relatório foi escrito pelo Dr. Suliman Baldo, especialista em resolução de conflitos. Segundo ele, o governo usa a política para explorar as diferenças dentro e entre as comunidades. Ou seja, de acordo com o relatório, o governo é culpado de incitar conflitos e divisões. O Sudão, entre outras coisas, “apoia um grupo que rivaliza com o corpo representativo da igreja de Cristo oficial”, resultando em ataques a líderes e destruição de propriedades.

A perseguição aos cristãos no Sudão não é uma simples violação da liberdade de religião. É sistemática e remanescente de uma política de limpeza étnica. A perseguição não é uma coleção de incidentes isolados, mas um padrão. Desde 1993, o Sudão está presente na Lista Mundial da Perseguição e, na maioria das vezes, ocupa as primeiras 20 posições. Em 2017, o Sudão é o 5o colocado.

Nossos irmãos sudaneses precisam de nossas orações. Ore para que o governo tenha um real interesse no fim da perseguição aos cristãos e que assim eles possam desfrutar de seus direitos como cidadãos. Clame para que a igreja cresça e se fortaleça mesmo em meio à perseguição.

Coreia do Norte é acusada de crimes contra a humanidade


Segundo jurista, situação é pior que nos campos de concentração nazistas que ele mesmo experimentou
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Três juristas internacionais solicitaram ao Tribunal Penal Internacional que criasse um tribunal especial para processar os líderes do país mais fechado ao evangelho e número um em perseguição aos cristãos, a Coreia do Norte. Segundo os juristas, o presidente Kim Jong-un deve ser responsabilizado pelos “crimes contra a humanidade” realizados nos campos de trabalhos forçados.

Baseados em testemunhos de desertores e especialistas no assunto, os juristas citaram evidências de “sistemático assassinato, tortura, perseguição a cristãos, violência, aborto forçado, fome e sobrecarga de trabalho, levando a inumeráveis mortes”, de acordo com a agência de notícias Associated Press (AP). Os campos têm de 80 a 100 mil prisioneiros, dentre os quais muitos são familiares de pessoas acusadas de cometer crime político.

Thomas Buergenthal, um dos três juristas, disse: “Eu acredito que as condições nos campos de trabalhos forçados na Coreia do Norte são tão terríveis ou até piores do que as que vi e experimentei na minha juventude nos campos de concentração nazistas e em toda minha carreira no campo dos direitos humanos”. Mas a Coreia do Norte nega todas as infrações e acusa “forças hostis” de fabricar questões de direitos humanos “não existentes”.


Enquanto isso, a China começou a construir um campo de refugiados ao longo da fronteira com a Coreia do Norte, segundo informação vazada pela empresa de telecomunicações China Mobile. A empresa foi encarregada de estabelecer uma estrutura de comunicação viável na região. No distrito de Changbai e na província de Jilin, os campos de refugiados poderão abrigar centenas de milhares de refugiados norte-coreanos.

Funeral cristão organizado em família de origem budista


Foi um desafio para a igreja fazer seu primeiro funeral cristão tibetano, mas filho do falecido ficou firme em seu propósito
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Sunny e seus pais são tibetanos e vieram de uma família budista na China. Eles se converteram a Jesus, mas o pai de Sunny veio a falecer. Ele foi o primeiro membro da igreja da líder cristã tibetana Teresa a falecer, mas antes da sua morte havia pedido que organizassem um funeral cristão para ele.


A líder cristã diz: “achei um desafio lidar com essa situação”. De acordo com a cultura tibetana tradicional, quando um tibetano morre os ritos budistas devem ser feitos em seu enterro. Para os tibetanos, isso é muito importante, pois afeta toda a família. Mas como o pai de Sunny pediu um funeral cristão, a igreja concordou em fazer seu primeiro funeral tibetano cristão.

Sunny começou a servir e liderar na igreja depois de participar de um treinamento bíblico coordenado pela Portas Abertas e desde então se comprometeu mais e mais. Ele compartilhou a palavra com seu pai, que abraçou a verdade e entregou a vida a Jesus. Teresa temia que Sunny não suportasse a pressão familiar inevitável que viria de sua família se revelasse a fé cristã dele e de seu pai.

Coragem de Sunny é testemunho para outros cristãos
Enquanto Sunny e seu pai eram cristãos, nenhum de seus irmãos ou irmãs acreditava em Jesus. No dia em que o pai de Sunny faleceu quase toda a família foi visitá-lo, incluindo o tio mais velho e o mais novo. Em muitas famílias são os tios que têm a autoridade de decidir os detalhes do funeral e, naturalmente, ambos concordaram em fazer um funeral dentro da tradição tibetana. Mas Sunny se opôs e declarou que ele e seu pai eram cristãos e queriam fazer um funeral cristão.


Os tios relutaram com a ideia do funeral cristão, mas felizmente concordaram que a igreja poderia organizar o funeral para o pai de Sunny. Teresa admirou a coragem do filho por resistir à opinião da família e disse: “Foi muito corajoso da parte dele abertamente contar para a família que é cristão. Isso é um ótimo testemunho e encorajamento para os outros irmãos e irmãs em Cristo”. (Leia a continuação dessa história amanhã)

Igreja é perseguida também no Chile


Igrejas queimadas e congregações ameaçadas no país nos últimos anos
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Na região de Araucanía, ao sul da capital Santiago, no Chile, 27 igrejas foram queimadas nos últimos anos. Os ataques foram realizados pelo grupo radical indígena Weichan Auka Mapu. O grupo supostamente defende os direitos dos mapuches, uma tribo ancestral que vivia no país antes da colonização espanhola. Mas hoje os mapuches são formados por 87% de cristãos, entre católicos e protestantes.

Vinte igrejas (12 católicas e 8 protestantes) foram queimadas entre 2015 e 2016 e outras sete, em 2017. Muitas delas serviam também como escolas e abrigos para pessoas deslocadas devido a desastres e eram frequentadas pelos próprios mapuches. Juan Mella, presidente do conselho de pastores da região e pastor de uma igreja queimada em julho, lembra claramente o momento em que sua igreja de madeira foi reduzida a cinzas. Ela havia sido construída 15 anos atrás com dinheiro levantado pelos próprios fiéis.

O caso que se tornou mais notório, quando homens mascarados invadiram o culto de domingo de uma igreja e a incendiaram, foi o único que levou a prisões até agora. Quatro homens foram detidos e estão sendo investigados por possível ligação com o Weichan Auca Mapu, que exige a libertação de prisioneiros mapuches e reivindicou a autoria dos ataques. Eles deixaram uma mensagem escrita na igreja: “Cristianismo, cúmplice da repressão do povo mapuche”.

Em setembro, mais quatro igrejas foram queimadas e outras congregações, ameaçadas. Isso levou a polícia a colocar guardas nas duas igrejas da região. Luis Torres, o advogado de acusação dos quatro detidos, diz: “Além dos ataques, há os panfletos que eles deixam com suas exigências e justificativas do comportamento”. Devido à pressão da advogada de defesa, Pamela Nahuelcheo, o governo decidiu em outubro que os homens seriam acusados apenas por incêndio e não por terrorismo. Desde então já houve duas audiências.

O conselho de pastores de Araucanía publicou uma nota, dizendo: “É responsabilidade do Estado garantir que eventos como esses não aconteçam novamente, assegurando que justiça seja feita aos responsáveis, assim como protegendo as vítimas e garantindo que a igreja seja reconstruída”. Ore pelos cristãos perseguidos do Chile que tiveram suas igrejas destruídas. Clame por sabedoria para os pastores, líderes cristãos e advogados e para que a justiça de Deus se manifeste.

domingo, 3 de dezembro de 2017

Seis irmãos sequestrados pelo Boko Haram escaparam com segurança


As crianças foram encontradas por um grupo de vigilantes próximo à fronteira com a Nigéria
As vítimas do sequestro do grupo extremista eram de Moskota, no extremo norte de Camarões. Uma fonte local relatou à Portas Abertas que os irmãos, com idade entre três e quinze anos, foram sequestrados em 17 de agosto e levados à Nigéria, onde estiveram confinados sob cuidado de uma mulher.

As crianças conseguiram escapar quando a mulher adormeceu mais cedo certa noite. Usando a luz do luar, elas foram capazes de encontrar uma trilha que as levou a uma área próxima a sua casa. Ao amanhecer, chegaram a Mayo, um pequeno riacho seco na fronteira, onde os vigilantes as encontraram. Elas foram levadas para a sede militar de Mora para investigações e, depois, a um centro de saúde para realizarem um check-up médico. Ainda não se sabe se as crianças estão novamente nos braços de sua mãe.

Os irmãos foram sequestrados de sua aldeia em Moskota durante uma invasão do grupo Boko Haram pela noite. Na ocasião, o pai Adamu Nguda foi morto e a mãe foi deixada em total estado de choque. Nguda era presbítero na igreja em Mouldougwa antes de a família ser deslocada e ter de se mudar para Moskota.

O Boko Haram, originário da Nigéria, começou a atacar a fronteira no extremo norte de Camarões em 2013. A violência piorou depois que o presidente camaronês Paul Biya prometeu, em maio de 2014, “declarar guerra” ao grupo. Em resposta, os jihadistas iniciaram uma ofensiva a pontos do exército e vários outros locais, causando grandes danos à população local, especialmente às igrejas.

Em 2015, o grupo iniciou ataques suicidas – metade dos quais realizados por crianças – que tiraram a vida de muitos civis e feriram muitos outros.

De acordo com a agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para refugiados, a rebelião do Boko Haram levou mais de 170 pessoas mil do norte do país a fugir de suas casas, enquanto a área recebeu pelo menos 73 mil refugiados nigerianos escapando dos ataques dos jihadistas em seu país, embora muitos deles tenham começado a retornar para a Nigéria desde o ano passado. Um grande número desses deslocados são cristãos. 

Mulheres sequestradas relatam experiência


Elas falam do sofrimento que enfrentaram, mas também da fidelidade de Deus em preservar sua vida e fé
No dia 15 de agosto desse ano dois homens (pai e filho) foram mortos na pequena e isolada aldeia de Tuku, em Tudun Wada, no estado de Kano. No mesmo dia, três mulheres e um bebê foram sequestrados. Cerca de 40 dias depois, elas foram soltas mediante pagamento de resgate. Recentemente, a Portas Abertas visitou o remoto vilarejo, que consiste apenas de poucas casas e duas igrejas. A maioria dos moradores são agricultores cristãos que cultivam grãos.

Conversamos com Sofia*(54), a mais velha das mulheres sequestradas, e ela relatou como tudo aconteceu. “Meu marido tinha ido a uma reunião na casa do pastor. Por volta das 20h, eu ouvi um barulho do lado de fora, e quando saí para ver o que estava acontecendo, vi um grupo de fulanis no meu terreno. Eu fechei a porta rapidamente e pensei: estamos acabados”. Ela diz que os homens, então, arrombaram a porta e mandaram-na pegar o cobertor e segui-los. Eles deixaram com as crianças um número de telefone para o pai ligar e negociar a libertação.

“Depois eu encontrei o resto da gangue com as outras duas mulheres e o bebê. Nós andamos por dois dias na floresta, sem comida nem água, sem saber para onde eles estavam nos levando”, relembra Sofia. Enquanto isso, seu marido estava negociando o resgate. Primeiro, eles haviam pedido 3 milhões de nairas (cerca de 27 mil reais). Após uma semana de negociações, eles concordaram com um milhão de nairas (9 mil reais) por vítima. “Meu marido e a família das outras mulheres saíram pegando dinheiro emprestado de todos os lados, mas ainda não haviam conseguido o montante. Então tiveram que vender parte de suas terras e da safra e, no dia 24 de agosto, levaram o valor acordado para um lugar de encontro e nós fomos libertas”, conta a cristã.

Yaha*(20), que foi levada com sua bebê de oito meses, ainda está traumatizada. Ela diz que a irmã Sofia sempre encorajava as mulheres mais jovens a se apegar a Deus. “Essa experiência fortaleceu minha fé, pois Deus foi fiel às suas promessas. Apesar de ficar com fome por mais de uma semana, eu ainda tinha leite para amamentar minha filhinha. Mesmo dormindo na floresta, com tantas picadas de insetos, meu bebê e eu sobrevivemos e estamos bem. Eu agradeço a Deus por ter nos preservado e, apesar de termos vendido tudo o que tínhamos para pagar o resgate, creio que o Senhor abrirá uma porta para nós”, conta a jovem mãe.

As duas expressam a gratidão aos cristãos de todo o mundo que oraram por elas. “Deus realmente ouviu suas orações. Agora estamos livres e em casa com a nossa família. Muito obrigada”, diz Sofia. Continue orando por elas e por todos os cristãos perseguidos nessa região da Nigéria.

Sequestro das mulheres não foi incidente isolado

Testemunhas afirmam que essas mortes e sequestros foram realizados por fulanis muçulmanos, que tem atacado comunidades cristãs no Cinturão Médio da Nigéria. Embora fatores socioeconômicos também motivem a violência, cristãos e especialistas dizem que as motivações religiosas não podem ser ignoradas. Os ataques são parte de um esforço concentrado para islamizar os cristãos e expulsar aqueles dessa região estratégica que se recusam.

Em Tudun Wada, especificamente, tem se tornado comum os sequestros com pedido de resgate. Eles acontecem geralmente entre junho e setembro, na época da colheita. Assim, ao invés de colher, estocar e vender seus grãos, os agricultores são forçados a pagar altos resgates. Para tanto, são obrigados a vender suas fazendas e safras, sendo gradualmente removidos de sua terra.

*Nomes alterados por motivos de segurança. 

Cristãos estão voltando do sul para o norte do Sudão


Desde 2013, meio milhão de sudaneses voltou para o norte
Muitos cristãos que haviam fugido do Sudão depois que o sul do país declarou independência, em 2011, agora estão voltando. Mesmo com as autoridades fechando igrejas e intimidando cristãos no norte, alguns centros de oração foram reabertos. Também há muitas escolas cristãs no país, cujos alunos são muçulmanos em sua maioria. Depois da independência do Sudão do Sul, uma guerra civil se iniciou em 2013, e o país mais novo do mundo também se tornou um dos mais fragilizados e problemáticos. Isso levou meio milhão de sudaneses do sul a cruzar a fronteira de volta para o Sudão.

O presidente do Sudão, Omar al-Bashir, adotou uma interpretação austera da sharia (lei islâmica) e, em 2015, aumentou as penalidades para apostasia e blasfêmia. Ele também é procurado pelo Tribunal Penal Internacional por supostos crimes contra a humanidade. Muhanad Nur, um advogado que defendeu um líder cristão e um ativista que estavam presos há 12 anos, afirmou que “o cristianismo não é bem-vindo no Sudão”.

Nos últimos meses, a Portas Abertas relatou a destruição de várias igrejas em Cartum, a capital do país. Assim como a situação do povo nas Montanhas Nuba, que tem passado por uma limpeza étnica. O Sudão ocupa a 5a posição na Lista Mundial da Perseguição de 2017. Ore pelos cristãos sudaneses, que parecem não ver esperança de um futuro melhor nem no sul nem no norte do país. Clame por proteção e firmeza na fé, para que a igreja possa fazer a diferença. E ore também para que Deus incline o coração do presidente à sua perfeita vontade.

Vivendo sob a lei dos homens


Em países como Afeganistão, Bangladesh e Paquistão, ser cristão é estar debaixo das leis islâmicas, o que significa ser um grande desafio
Na edição de dezembro da Revista Portas Abertas, você conhecerá a realidade da perseguição aos cristãos nos países onde a sharia – conjunto de leis islâmicas – é a base da legislação da nação. Apesar de muitas das punições previstas nessa lei serem condenadas por organizações de direitos humanos, como a ONU, elas continuam a ser praticadas.

Apesar da realidade difícil, os cristãos da região do sul da Ásia mostram perseverança na fé. Para fortalecer essa igreja que enfrenta a perseguição todos os dias, a Portas Abertas apoia um projeto especial para formação de líderes que decidiram aceitar o chamado de Deus para pastorear o povo de Cristo.

Além disso, você lerá uma matéria especial com curiosidades sobre a Lista Mundial da Perseguição – ranking dos 50 países onde a perseguição aos cristãos é mais intensa. Para quem deseja ser voluntário, preparamos um conteúdo que o mostrará como se envolver ainda mais com a Igreja Perseguida. Confira também a programação da Portas Abertas e seja edificado com a devocional deste mês.

Ainda não recebo a revista

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Seminário teológico para líderes

A Igreja Perseguida no sul da Ásia precisa de pastores capacitados para cuidar dos cristãos sem recursos e sem estudo. Eles aceitaram o chamado e você pode ajudá-los. Conheça o projeto e contribua para a preparação de bons pastores.

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