A assistente social Edelvania Wirganovicz contou em detalhes à policia sua versão para a morte do menino Bernardo Boldrini, de 11 anos. Partes do depoimento que a mulher deu aos policiais em 14 de abril foram publicados pelo jornal ‘Zero Hora’, de Porto Alegre.
Parte das perguntas focou um ponto ainda obscuro da investigação: descobrir a causa exata da morte do menino Bernardo. Edelvania revela um detalhe que pode tornar o crime ainda mais macabro: a possibilidade de a madrasta ter despejado soda cáustica e enterrado o menino enquanto ele ainda estava vivo, informa o jornal, citando as investigações da polícia. Está na transcrição obtida pelo Zero Hora: “Que a depoente e Kelly (apelido da madrasta) colocaram o menino no buraco sendo que Kelly jogou a soda sobre o corpo e a depoente colocou pedras. Que a depoente acha que ele já estava morto. Que a depoente não viu se Kelly olhou se o menino tinha pulsação”.
Edelvania disse também que ajudou a cometer o crime por 20.000 reais. “Era muito dinheiro e não teria sangue nem faca. Era só abrir um buraco e ajudar a colocar dentro o menino”, disse a assistente social, de 40 anos. Afirmou que recebeu mil reais e que usou o dinheiro para pagar uma parcela de seu apartamento, comprado por R$ 96 mil. Graciele Ugulini, madrasta do menino, teria se disposto a quitar o imóvel. A assistente social está presa, assim como o pai da criança, o médico Leandro Boldrini, de 38 anos, e Graciele, de 32 anos, acusados da morte do menino.
Ela relatou ainda que todo o plano para matar e esconder o corpo de Bernardo foi de Graciele. Segundo a assistente social, Boldrini não tinha conhecimento. “Ele não sabia, mas, futuramente, ele ia dar graças de se livrar do incômodo, porque Bernardo era muito agitado”, teria ouvido da madrasta. Segundo Edelvania, Graciele lhe confidenciou que pensava em matar o menino fazia tempo. Teria até mesmo tentado asfixiá-lo.
A tentativa foi relatada por uma ex-babá à avó materna de Bernardo, Jussara Uglione, de 73 anos, que tentava na Justiça a guarda do menino.
Lentidão
Jussara, que antes de velar o neto havia enterrado a filha – primeira mulher de Boldrini, cuja morte foi apontada como suicídio e que pode ter a investigação reaberta – lamenta que as autoridades não tenham agido diante das denúncias apresentadas por ela e por seu advogado ao Conselho Tutelar de Três Passos e à Promotoria da Infância e Juventude.
Desde a morte da filha, Odilaine Uglione, em 2010, Jussara havia perdido contato com o neto. Diz que Boldrini impedia a aproximação. “Meus advogados têm comprovantes de que fui impedida de vê-lo desde a morte da minha filha. Fui impedida por quatro anos, me chamavam de velha doente, falavam que eu tinha problemas e não teria condições de cuidar dele”, conta.
O advogado de Jussara, Marlon Balbon Taborda, informou, em e-mail ao Conselho Tutelar e à promotora Dinamárcia Maciel de Oliveira, que a avó tinha informações de que Bernardo não estava mais com o pai, mas com uma pessoa identificada como Jú. O advogado explica que conversou com uma pessoa chamada Elaine, “que me expôs de forma categórica ao telefone que Bernardo estava andando pela rua, abandonado, que quase foi asfixiado em uma noite quando estava em casa, fato confirmado pelo menino”. Elaine nunca foi chamada a depor.
O advogado diz que os órgãos da rede de proteção da criança foram chamados para confirmar os acontecimentos. “Demos nomes de testemunhas a serem averiguadas, mas nunca recebemos qualquer retorno”, reclama. “O menino sofria maus-tratos. Ela (Graciele) não deixava que ele entrasse em casa enquanto o pai não chegasse. Ele ficava sentadinho na calçada. A Justiça sabia disso, porque toda a vizinhança o via sentado na calçada”, diz a avó.
O pai havia sido chamado pelo Ministério Público para conversar sobre a guarda, mas ele insistiu que queria ficar com Bernardo e pediu uma chance. Para a promotora da Infância de Três Passos, tudo o que estava ao alcance do MP foi feito.
Parte das perguntas focou um ponto ainda obscuro da investigação: descobrir a causa exata da morte do menino Bernardo. Edelvania revela um detalhe que pode tornar o crime ainda mais macabro: a possibilidade de a madrasta ter despejado soda cáustica e enterrado o menino enquanto ele ainda estava vivo, informa o jornal, citando as investigações da polícia. Está na transcrição obtida pelo Zero Hora: “Que a depoente e Kelly (apelido da madrasta) colocaram o menino no buraco sendo que Kelly jogou a soda sobre o corpo e a depoente colocou pedras. Que a depoente acha que ele já estava morto. Que a depoente não viu se Kelly olhou se o menino tinha pulsação”.
Edelvania disse também que ajudou a cometer o crime por 20.000 reais. “Era muito dinheiro e não teria sangue nem faca. Era só abrir um buraco e ajudar a colocar dentro o menino”, disse a assistente social, de 40 anos. Afirmou que recebeu mil reais e que usou o dinheiro para pagar uma parcela de seu apartamento, comprado por R$ 96 mil. Graciele Ugulini, madrasta do menino, teria se disposto a quitar o imóvel. A assistente social está presa, assim como o pai da criança, o médico Leandro Boldrini, de 38 anos, e Graciele, de 32 anos, acusados da morte do menino.
Ela relatou ainda que todo o plano para matar e esconder o corpo de Bernardo foi de Graciele. Segundo a assistente social, Boldrini não tinha conhecimento. “Ele não sabia, mas, futuramente, ele ia dar graças de se livrar do incômodo, porque Bernardo era muito agitado”, teria ouvido da madrasta. Segundo Edelvania, Graciele lhe confidenciou que pensava em matar o menino fazia tempo. Teria até mesmo tentado asfixiá-lo.
A tentativa foi relatada por uma ex-babá à avó materna de Bernardo, Jussara Uglione, de 73 anos, que tentava na Justiça a guarda do menino.
Lentidão
Jussara, que antes de velar o neto havia enterrado a filha – primeira mulher de Boldrini, cuja morte foi apontada como suicídio e que pode ter a investigação reaberta – lamenta que as autoridades não tenham agido diante das denúncias apresentadas por ela e por seu advogado ao Conselho Tutelar de Três Passos e à Promotoria da Infância e Juventude.
Desde a morte da filha, Odilaine Uglione, em 2010, Jussara havia perdido contato com o neto. Diz que Boldrini impedia a aproximação. “Meus advogados têm comprovantes de que fui impedida de vê-lo desde a morte da minha filha. Fui impedida por quatro anos, me chamavam de velha doente, falavam que eu tinha problemas e não teria condições de cuidar dele”, conta.
O advogado de Jussara, Marlon Balbon Taborda, informou, em e-mail ao Conselho Tutelar e à promotora Dinamárcia Maciel de Oliveira, que a avó tinha informações de que Bernardo não estava mais com o pai, mas com uma pessoa identificada como Jú. O advogado explica que conversou com uma pessoa chamada Elaine, “que me expôs de forma categórica ao telefone que Bernardo estava andando pela rua, abandonado, que quase foi asfixiado em uma noite quando estava em casa, fato confirmado pelo menino”. Elaine nunca foi chamada a depor.
O advogado diz que os órgãos da rede de proteção da criança foram chamados para confirmar os acontecimentos. “Demos nomes de testemunhas a serem averiguadas, mas nunca recebemos qualquer retorno”, reclama. “O menino sofria maus-tratos. Ela (Graciele) não deixava que ele entrasse em casa enquanto o pai não chegasse. Ele ficava sentadinho na calçada. A Justiça sabia disso, porque toda a vizinhança o via sentado na calçada”, diz a avó.
O pai havia sido chamado pelo Ministério Público para conversar sobre a guarda, mas ele insistiu que queria ficar com Bernardo e pediu uma chance. Para a promotora da Infância de Três Passos, tudo o que estava ao alcance do MP foi feito.
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