sábado, 25 de novembro de 2017

Migrantes africanos vendidos como escravos por 400 dólares


Grupo de migrantes num centro de detenção em Tripoli. Sobreviveram ao deserto e aos traficantes, agora aguardam o repatriamento   |  REUTERS

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Muitos são obrigados a pedir dinheiro às famílias para evitar a escravatura. Segundo a Organização Internacional para as Migrações, o deserto do Sara ultrapassou o Mediterrâneo como principal causa de morte.


Conseguem chegar a território europeu, no melhor dos casos; ou são capturados, levados para um centro de detenção e repatriados. Ou acabam mortos por afogamento nas águas do Mediterrâneo - e a este trágico fim, junta-se agora a desumanidade de terminar os dias como escravo em território líbio, vendidos em leilão pelo equivalente a 400 dólares (340 euros).


Um trabalho da CNN, divulgado ontem, revela que em várias cidades da Líbia se realizam vendas de migrantes pelos traficantes que eram suposto trazê-los até à Europa. Provenientes de países da África subsariana, são forçados a permanecerem em locais fechados, sem água ou alimentação digna desse nome até serem vendidos. Um destes migrantes, Victory, natural da Nigéria, disse à CNN ter "gasto todas as economias" na tentativa de chegar até à Europa e acabou por ser vendido como escravo, supostamente por não ter pago o suficiente para a parte final da viagem. Victory, que aguarda num centro de detenção em Tripoli o repatriamento, ficou livre após a família pagar um resgate. Quando foi comprado valeu precisamente 400 dólares.
A  investigação da CNN vem chamar a atenção para uma realidade que existe na Líbia desde o fim da ditadura de Muammar Kadhafi, em 2011. Realidade que ganhou maior dimensão desde que o país se tornou, em 2016, a principal plataforma para migrantes e refugiados tentarem chegar à Europa. E que a crise política, os confrontos entre fações e a desagregação do aparelho do Estado vieram facilitar.

Em abril último, um relatório da Organização Internacional para as Migrações (OIM) descrevia situações idênticas às de Victory, com "pessoas a serem vendidas em mercados a céu aberto". Uma reportagem publicada então pela revista Newsweek recolhia testemunhos - de homens e mulheres - de migrantes africanos e as situações de crueldade, violência e abuso a que tinham sido sujeitas estas pessoas pelos traficantes. E também pelos elementos da Guarda Marítima líbia e agentes dos centros de detenção deste país. Quanto a este último aspeto, um relatório do alto-comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Zeid Ra"ad Al Hussein, divulgado ontem revela que "milhares de homens, mulheres e crianças emaciados, traumatizados, sem espaço para se mexerem, fechados em hangares e sem qualquer acesso a necessidades básicas".

Estão hoje 20 mil pessoas nos centros de detenção em Tripoli.

Vendido duas vezes

A reportagem da Newsweek recolhe o depoimento de um jovem adulto da Guiné que disse ter sido "vendido duas vezes". Na primeira, "fui vendido a um árabe, que me obrigou a trabalhar para ele e a telefonar à minha família a pedir dinheiro para pagar um resgate". Como isso não sucedeu, o primeiro árabe vendeu o guineense a "outro árabe", para o qual teve também de trabalhar, só ficando livre quando a família pagou o resgate.

A mesma reportagem refere que também as mulheres são vendidas em leilões de escravos e que o seu preço é superior ao dos homens. Além de forçadas a trabalho escravo, são vítimas de abusos sexuais.

Por seu lado, o relatório da OIM divulgado em abril revela que os traficantes, na fase inicial da viagem, durante a travessia do deserto do Sara, costumam negociar com grupos armados que raptam os migrantes para depois pedirem resgates, a serem pagos por transferência via Western Union ou Money Gram. Quando não são pagos os resgates, os migrantes são vendidos como escravos ou ficam sem comida.

Um outro relatório da OIM, da semana passada, indica que o maior número de mortes de migrantes sucede na travessia do Sara, estimando que seja agora o dobro do número de pessoas que já perderam a vida este ano na travessia do Mediterrâneo: 2750.

sábado, 11 de novembro de 2017

JUANRIBE PAGLIARIN - TODOS CONTRA ISRAEL


A difícil realidade dos refugiados no Líbano


Uma das famílias que perdeu tudo no Iraque nos conta como é a vida no Líbano
Hilal Shamoon é um iraquiano de 61 anos que tinha seu próprio negócio em seu país de origem. Hoje, como um refugiado no Líbano, ele recebe cestas de alimentação da igreja. Hilal estava disposto a trabalhar como alfaiate, das 8h da manhã às 8h da noite, seis dias por semana. Mas disseram para ele que ele estava muito velho e perguntaram se seu filho, Riad*, de 28, não gostaria de assumir seu lugar. “Eu sou um homem pobre. Me dê, me dê, me dê”, ele brinca diante de sua atual situação.

Hilal e sua família nos mostram fotos das ruínas da grande casa que tinham e do centro comercial onde ele tinha um pequeno supermercado. Com uma faca apontada para eles, os membros do Estado Islâmico (EI) os forçaram a entregar-lhes joias, dinheiro e o carro. Quando o EI tomou Mossul, no norte do Iraque, em 2014, Hilal fugiu da cidade com sua esposa, Mirza*, o filho mais velho, Riad* e duas filhas mais novas. A família cristã agora mora em um alojamento de dois quartos em Beirute. “Nós estamos apenas em trânsito aqui, mas eu ainda acredito que há um futuro para nós”, diz o esperançoso Hilal.

Como o Líbano não assinou a convenção sobre refugiados de 1951 da ONU, eles veem os sírios e iraquianos apenas como “pessoas deslocadas”, a quem não são obrigados a dar permissão para trabalhar. Embora os sírios estejam espalhados por todo o Líbano, apertados em centros comerciais construídos pela metade ou em campos de refugiados não oficiais, alguns iraquianos os consideram sortudos. Os sírios tiveram acesso a algumas partes do mercado de trabalho que os iraquianos não tiveram. Enquanto isso, os iraquianos encontraram outros meios de sobrevivência, seja no mercado negro (como Riad, filho de Hilal, que não foi trabalhar como alfaiate), seja através de ofertas recebidas. 

Pastor preso por dois anos é libertado


Ao retornar à família e ao convívio social, Yklas Kabduakasov precisa de nossas orações
O pastor preso por sua fé no Cazaquistão, Yklas Kabduakasov, foi libertado da prisão em outubro. O cristão ex-muçulmano de 56 anos estava preso desde agosto de 2015 e cumpria pena em uma colônia penal. A acusação que pesava contra ela era “incitar o ódio religioso”. Agora ele volta para casa, para a esposa e nove filhos, incluindo um bebê que nasceu depois de sua prisão.

De acordo com a investigação, no período entre novembro de 2014 e agosto de 2015, o líder cristão dava palestras para estudantes universitários num apartamento alugado na capital Astana, o que foi considerado ato ilícito e levou à sua prisão. Várias igrejas, pessoas e organizações ajudaram a família durante a prisão de Yklas. A Portas Abertas também os visitava de tempos em tempos. Agradecemos a todos os irmãos que oraram por ele e sua família durante o tempo na prisão. Continue intercedendo por ele, pois com certeza as orações ainda são necessárias nessa volta para casa.

No Cazaquistão, a principal fonte de perseguição é um governo repressivo, fruto de um passado comunista. O país ocupa a 43a posição na Lista Mundial da Perseguição 2017. A pressão das autoridades foi intensificada em 2015 e o número de reuniões interrompidas e de cristãos detidos ou interrogados subiu. No país há cerca de 15 mil cristãos ex-muçulmanos, os quais vivem sob constantes ameaças de suas famílias, vizinhos, amigos e comunidades se sua fé se tornar conhecida. Ore por nossos irmãos cazaques. 

Cristãos fogem após serem ameaçados de morte

Cinco famílias cristãs escondem-se após ameaças feitas contra um jovem de 18 anos acusado de blasfemar contra o islamismo
Sonu Arshad, que vive na remota aldeia de Sukheki, a 200 quilômetros ao norte de Lahore, pertence a uma dessas famílias, que são os únicos cristãos da aldeia. As famílias fugiram na sexta-feira, 3 de novembro, depois que uma página em uma rede social, passando-se pelo canal de televisão local Madhani, publicou uma fotografia do adolescente e pediu aos moradores que "queimassem sua igreja e o levassem à pena de morte".


Houve rumores de que uma multidão se formou após uma reunião de oração da comunidade muçulmana. Porém, o chefe da polícia da cidade vizinha, Daska, disse à Portas Abertas que a situação está "sob controle" e que uma acusação já foi feita contra as pessoas (não identificadas) que criaram a falsa página na rede social.

"Não há provas de que Arshad tenha cometido algum crime", disse uma autoridade local. "Essa é uma falsa acusação e o caso foi encaminhado para a Agência Federal de Investigação para identificar os culpados". O canal de televisão Madhani não comentou ou respondeu ao uso de seu logo na acusação contra o adolescente. Isso significa que o caso não recebeu muita cobertura na mídia paquistanesa, para o alívio da comunidade cristã.

O conselheiro cristão local Naseer Ghulam disse que não sabe para onde as famílias foram. "Ninguém sabe a razão de terem acusado Arshad por meio dessa campanha online de difamação", acrescentou. O Paquistão, 4º colocado na atual Lista Mundial da Perseguição, tem uma das mais rigorosas leis de blasfêmia no mundo, e ela já foi usada contra minorias religiosas muitas vezes. Vários cristãos foram mortos no país após acusações de blasfêmia e outros presos, incluindo a Asia Bibi, que está no corredor da morte desde 2010.

Pedidos de Oração

Ore pelas cinco famílias cristãs que precisaram deixar o lar para buscar proteção. Que o Senhor os proteja e os console.
Interceda pela investigação do caso e para que Arshad seja considerado inocente.
Clame pelos muçulmanos extremistas da região, que sejam alcançados pelo amor de Deus em Cristo Jesus.

Estado Islâmico é expulso da última cidade na Síria


Exército sírio retoma última cidade base dos extremistas, Abu Camal
Nesta quinta-feira (9), o exército sírio declarou vitória sobre o Estado Islâmico (EI). O último reduto jihadista foi retomado. “As unidades das nossas Forças Armadas, em cooperação com as forças aliadas, libertaram a cidade de Abu Camal”, afirmou o exército do presidente sírio Bashar al-Assad, em um comunicado. A ONG Observatório Sírio para os Direitos Humanos confirmou.“A libertação da cidade é muito importante porque sinaliza o colapso geral do projeto da organização terrorista Daesh (EI) na região”, disse o comunicado do comando-geral.

Segundo a agência Reuters, recentemente o exército sírio, ao lado do libanês Hezbollah e outras milícias xiitas, com apoio de Irã e Rússia, recuperou porções de terra do EI. A cidade de Abu Camal, no rio Eufrates, está localizada no leste sírio e faz fronteira com o Iraque. Na quarta-feira (8), durante a batalha, forças do Hezbollah entraram no Iraque e as Forças de Mobilização Popular iraquianas cruzaram para a Síria para ajudar a capturar a cidade, disse um comandante da aliança pró-Damasco.

A ex-capital do EI, Raqqa, foi retomada pelas forças sírias em outubro como resultado de quatro meses de luta. Na ocasião, analistas destacaram que era o fim simbólico do califado. A ONU estima que mais de 400 mil sírios morreram. Milhões se viram obrigados a abandonar suas casas e o país, inclusive cristãos que são um dos alvos do EI. Desde o início do atual conflito na Síria, cerca de 40% dos cristãos deixaram o país.

Apesar da conquista militar, a situação para os sírios, especialmente os cristãos ainda é delicada. A ideologia extremista ainda é presente através também de outros grupos terroristas. Não deixe de orar pela igreja na Síria, a sua oração continua sendo muito importante. Junte-se a nós e clame para que essa conquista represente um recomeço de paz para os cristãos sírios.

Pastor da etnia han visita cristãos ex-muçulmanos


O pastor conta como foi impactado com as histórias desses irmãos isolados, que enfrentam alta perseguição
Victor é um pastor da etnia han na China. Han é o maior grupo étnico da China, cobrindo mais de 90% da população. Ele nos conta como foi sua experiência de visitar pela primeira vez cristãos de origem muçulmana e de minorias étnicas no oeste do país com a Portas Abertas.

Umas das pessoas que encontrou foi um cristão ex-muçulmano que enfrentava grande pressão por parte da família e da comunidade local, e passava por dificuldades financeiras, pois não conseguia achar emprego. Então ele mudou para a cidade vizinha e começou seu próprio negócio, com a ajuda de irmãos da etnia han. Trabalhando juntos, esses irmãos aprofundaram o relacionamento e começaram a fazer reuniões de cristãos de origem muçulmana. A vida espiritual deles se desenvolveu e começaram a compartilhar o evangelho com os clientes.

Uma outra irmã ex-muçulmana cria seus filhos sozinha porque o marido está preso. Ela se esforça para ser uma boa testemunha de Cristo. Ela é uma discipuladora e quer começar um curso para casais, com o objetivo de pastorear irmãs casadas com maridos não-cristãos. Um dos momentos especiais da visita foi quando jogou com os filhos adolescentes de alguns líderes ex-muçulmanos da igreja. Victor pôde ouvir suas histórias e conhecer a dor que enfrentam por viver num contexto de severa restrição religiosa. Eles sentem solidão, a ausência dos pais presos e a pressão de ser bons cristãos. Após o jogo, um dos adolescentes pediu o jogo para Victor, pois gostaria de jogar também com seus outros amigos como um meio de despertá-los espiritualmente.

Enquanto jogava com os adolescentes, um outro conselheiro cristão conversava com uma mulher que por seis anos foi agredida pelo marido porque ele se opunha à sua fé em Cristo. Ela foi abandonada pelo marido, mas sem nenhum ódio ainda pôde dizer para ele: “Eu te amo, meu querido, mas eu amo Jesus também”. Como ela não negou a fé, ele decidiu se divorciar.

“A fé deles alimenta minha alma”

“Ouvir essas experiências foi muito pesado para mim. Como professor e discipulador, eu posso transmitir conhecimento bíblico para eles, mas a fé desses irmãos alimenta minha alma”, compartilha Victor. Ao voltar para casa, estava claro para ele a necessidade de intercessão contínua pelos cristãos ex-muçulmanos e também por ele como discipulador. Victor sentiu a necessidade de fazer visitas regulares para encorajar a fé desses irmãos, então decidiu se tornar um colaborador da Portas Abertas, e assim poder visitá-los e servi-los outras vezes.

Além das visitas, eles também fizeram um retiro de três dias com líderes ex-muçulmanos da igreja local e suas famílias. O objetivo era discipular, treinar e aconselhar. Foi uma surpresa para Victor perceber que eles já tinham uma boa bagagem e que discipulado era algo familiar para eles, pois recebem visitas de curto prazo de tempos em tempos.

Dentre os 97,2 milhões de cristãos na China, apenas alguns milhares são de origem muçulmana. Os que vivem no oeste do país são um dos grupos mais perseguidos, porque o governo impõe controle restrito nessa delicada região para se defender de ataques terroristas. Eles também enfrentam perseguição por parte da família, amigos e vizinhos.

Para fortalecer esses irmãos, a Portas Abertas oferece cursos relacionados à perseguição, discipulado, treinamento de liderança e material cristão. Alguns desses cursos contam com a parceria de pastores da etnia han, que têm mais liberdade para viajar para áreas remotas e se adaptam mais facilmente à cultura das minorias étnicas. Ore pelos nossos irmãos ex-muçulmanos na China e também por todo o trabalho da Portas Abertas entre eles. 

Cristãos congoleses enfrentam ataques frequentes


A cidade de Beni enfrentou repetidos incidentes de violência no final de outubro
Em 26 de outubro deste ano, radicais das Forças Democráticas Aliadas, também conhecidos como Defesa Internacional Muçulmana (ADF/MDI) invadiram o bairro Masiani da cidade congolesa Beni. Fontes locais dizem que os extremistas estavam escondidos na região, esperando a chegada da noite para atacar a população local. Porém, um soldado os descobriu e imediatamente alertou as forças de segurança. Os rebeldes imediatamente entraram em ação e atacaram a cidade. Os confrontos com os militares causaram pelo menos seis mortes (1 soldado e 5 civis).

Um missionário na região descreveu o caos que o incidente causou: "Rebeldes muçulmanos atacaram nossa casa e nossos vizinhos. Três homens armados pularam o muro e o portão do complexo onde vivemos. Um dos nossos cães latiu e eles pularam de volta, através do arame farpado. Eles são radicais islâmicos que desejam implantar a sharia (conjunto de leis islâmicas) no leste do Congo. Foi um verdadeiro campo de batalha. Bombas, tiroteio e pessoas correndo. Mais de mil pessoas fugiram da área de Beni”.

Nas primeiras horas da sexta-feira, 27 de outubro, homens armados não identificados também atacaram um hospital cristão que é sustentado por sete igrejas locais. Fontes dizem que os agressores "acordaram o diretor do hospital por volta de uma da manhã, o forçaram a deitar no chão e exigiram dinheiro”. Os homens causaram graves ferimentos em alguns enfermeiros e pacientes do hospital, mas deixaram o local assim que as forças de segurança chegaram. No começo de outubro, a cidade de Beni já havia sido atacada e muitos civis foram mortos. Acredita-se que os ataques sejam um ato de protesto contra o atual presidente, Joseph Kabila.

Ore pelos cristãos e pelas vítimas da região de Beni. Peça a proteção e a cura do Senhor na vida deles e na comunidade.

Apocalipse 16