sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Cristãos são decapitados na Síria por se recusarem a se converterem ao islamismo


A situação de guerra vivida atualmente pela Síria foi agravada pela tomada da cidade cristã de Maaloula. Segundo relatos de testemunhas que fugiram da cidade, jihadistas tomaram localidade e, armados, tentam obrigar moradores locais a se converter ao islamismo, sob a mira de armas.

- Eles chegaram à nossa cidade na manhã da última quarta-feira e gritaram: ‘Nós somos a frente Al-Nosra’ – relatou uma mulher durante a semana, em Damasco, depois de participar do funeral de três cristãos que foram mortos durante os combates entre os rebeldes e o Exército.

Maaloula, uma das cidades cristãs mais famosas da Síria, é conhecida mundialmente por seus habitantes ainda falarem aramaico, o idioma falado por Jesus Cristo. A maioria dos cristãos na cidade é católica bizantina. Estima-se que 80% dessa população se refugiou em cidades vizinhas.

Ao longo de dois anos e meio de conflitos étnicos e religiosos, milhares de pessoas têm perdido suas vidas. Porém, ao longo da semana o mundo inteiro ficou chocado com imagens divulgadas pela revista Time, feitas na cidade de Keferghan, onde quatro jovens cristãos foram decapitados publicamente.

Um fotógrafo que não foi identificado fez imagens e uma narrativa breve, do que presenciou. A revista não confirmou, mas outras diversas afirmam que o motivo da morte deles foi sua fé.

- Eu vi uma cena de crueldade absoluta: um ser humano sendo tratado de uma maneira que nenhum ser humano jamais deveria ser tratado… Eu não sei quantos anos a vítima tinha, mas era jovem. Eles o forçaram a ficar de joelhos. Os rebeldes ao seu redor liam os seus ‘crimes’ listados em um pedaço de papel. Eles o cercaram. O jovem estava com as mãos atadas. Ele parecia congelado. Dois rebeldes sussurraram algo em seu ouvido e o jovem respondeu de uma forma inocente e triste, mas eu não conseguia entender o que ele disse… No momento da execução, os rebeldes agarraram sua garganta. O jovem reagiu, mas três ou quatro rebeldes conseguiram imobilizá-lo. Ele tentou proteger a garganta com as mãos, que ainda estavam amarradas. Tentou resistir, mas os rebeldes eram mais fortes e cortaram sua garganta. Depois, levantaram a cabeça. As pessoas aplaudiram. Todo mundo estava feliz porque a execução aconteceu – relatou o fotógrafo.

Uma jovem síria, identificada como Racha relatou que seu noivo, Atef, também foi decapitado por membros do Exército Sírio Livre (ESL):

Liguei para o celular dele e alguém disse: ‘Alô, nós somos o Exército Sírio Livre (ESL). Seu namorado era um shabiha (fazia parte da milícia pró-governo), estava armado e nós o degolamos’”, contou Racha, explicando que o homem revelou a ela que o grupo tentou fazer com que Atef se convertesse ao islamismo e ele se recusou.

Jesus não veio salvá-lo – teria zombado o rebelde.

Após a invasão realizada pelos rebeldes, a agência de notícias estatal da Síria SANA disse que o Exército informou o “progresso” em sua ofensiva contra os rebeldes em Maaloula.

- O Exército tem infligido pesadas perdas nas fileiras dos terroristas – relatou a agência, usando um termo do governo para descrever os rebeldes.

- As operações militares continuam na vizinhança de Maaloula e suas entradas – afirmou a SANA.

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